sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Programa Saúde da Família sem médico no bairro Pantanal

Coordenação PSF - surpresa com ausência de médica
Os pacientes que não podem deslocar-se para atendimento na Unidade Básica de Saúde mais próxima de suas casas - UBS Álvaro Correa - sofrem com a ausência da médica que integra a programa Estratégia Saúde da Família (ESF), coordenada pela Prefeitura de Macapá, que atende os moradores do bairro Pantanal. De acordo com os moradores, a profissional, que deveria fazer visitas semanais aos acamados, não aparece para os atendimentos há pelo menos três semanas, sendo acompanhados apenas pela enfermeira responsável pela equipe, juntamente com as agentes comunitárias de saúde.

Equipe PSF lotada na UBS Álvaro Correa
Procurada pela nossa equipe, a diretora da UBS Álvaro Correa, onde está lotada a equipe multiprofissional da ESF, informou que a profissional é contratada pelo Programa Mais Médicos, atuando na equipe há menos de um ano, e estaria gozando de férias desde o dia 19 de dezembro de 2018, com previsão de retorno para o dia 23 de janeiro. Por sua vez, também procurada pela nossa equipe, a Coordenadora de Saúde do Município de Macapá, Josiane Souza, se mostrou surpresa com a denúncia, uma vez que neste período, de acordo com o cronograma, a médica deveria estar desenvolvendo suas atividades normalmente. A coordenadora se comprometeu apurar as reclamações da comunidade junto da equipe Estratégia Saúde da Família, a fim de que o bairro Pantanal volte a receber os atendimentos em domicílio, como preconiza os fundamentos básicos do programa, possibilitando o acesso universal e contínuo aos serviços de saúde pública de qualidade.

Senhora Adna Santos, avó aflita
Enquanto a profissional não aparece, os pacientes que precisam de médico ficam desassistidos, enquanto a equipe do programa vai colecionando reclamações de procedimentos duvidosos, sobretudo das mulheres grávidas que foram assistidas pela médica em seus pré-natais.

Nalty Bandeira - complicações na gravidez
A senhora Adna Santos diz que sua filha, mãe aos 16 anos, passou por situação bastante delicada em sua gestação, a ponto de colocar em risco a vida do seu bebê, nascido há 20 dias. Ela conta que sua filha foi diagnosticada com infecção urinária, tratada apenas com Amoxicilina, que evoluiu para um problema genital mais grave, segundo ela não detectado pela médica. Teve que ser levada com urgência à maternidade para não perder seu bebê.

História semelhante também conta a dona Nalty Bandeira, que dizia sentir muita coceira pelo corpo durante a gestação acompanhada pela profissional, que a medicou com o diagnóstico de alergia. Como seu problema de saúde se agravou, dona Nalty procurou a maternidade, onde foi diagnosticada com pressão alta, pondo em risco a vida do bebê, aos 7 meses de gestação, hoje com 12 dias de nascido. Como teve complicações durante o parto e há menos de 2 semanas do fim da gestação, ela diz sentir falta de um médico para acompanhar sua recuperação.

Cartão de gestantes
Em ambos os casos, as mães foram questionadas quanto ao preenchimento inadequado do cartão de acompanhamento de pré-natal, que só foram preenchidos mediante exigência da maternidade, mesmo assim sem as observações médicas necessárias para avaliar o desenvolvimento da gravidez.

Enquanto isso a comunidade aguarda providência da Prefeitura de Macapá, por meio da Secretaria Municipal de saúde, para que os atendimentos sejam normalizados no Pantanal.        

  


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